Após 4 meses, redução dos salários de Dilma e do vice ainda é só promessa
A presidente Dilma Rousseff aproveitou a reforma
ministerial, em outubro, para anunciar que reduziria o seu próprio
salário e o de todos os ministros em 10%. Passados quatro meses, no
entanto, a promessa ainda não foi cumprida e a presidente, o vice Michel
Temer e os 31 ministros continuam recebendo um salário de R$ 30.934,70.
Os motivos para o atraso vão desde a falta de empenho do governo em
aprovar a medida até os longos trâmites que as propostas precisam
atravessar no Legislativo.
Anunciada em 2 de outubro, a medida foi encaminhada ao Congresso sob a
forma de uma mensagem presidencial três dias depois. Na primeira
instância pela qual precisava passar, a Comissão de Finanças e
Tributação da Câmara, o parecer por sua aprovação só foi apresentado
pela relatora Simone Morgado (PMDB-PA) em 16 de novembro e aprovado no
colegiado apenas no dia 9 de dezembro.
A mensagem presidencial transformou-se, então, em um projeto de
decreto legislativo, que precisaria ser apreciado pela Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ), onde chegou em 15 de dezembro. Na semana
seguinte o Congresso entrou em recesso e o relator da CCJ só foi
designado no dia 29 de janeiro. O escolhido foi o deputado Décio Lima
(PT-SC) que, procurado pela reportagem, não sabia da indicação. “Eu não
estou sabendo que sou o relator. Se fui designado relator, ainda não fui
informado”, afirmou.
Para o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), a culpa
não é do governo. “Não é culpa do governo. É mais uma das matérias que
ficam na gaveta da Câmara”, disse. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), o rebateu. “Quando o governo quer votar, articula, pede
urgência. Se não, é porque não é urgente”, afirmou o peemedebista.
Estado de São Paulo
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