Lava Jato investiga repasse de R$ 7 milhões para grupo de João Santana
A Justiça Federal do Paraná decretou a prisão do marqueteiro do PT
João Santana na 23ª fase da Operação Lava Jato deflagrada na manhã desta
segunda-feira, 22. O inquérito investiga supostos pagamentos de R$ 7
milhões ao marqueteiro pela Odebrecht em paraísos fiscais. Na última
década, o publicitário se dedicou no Brasil a campanhas do PT. A Polis
Propaganda e Marketing assinou as campanhas do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, em 2006 e da presidente Dilma Rousseff, em 2010 e 2014. O
publicitário está fora do País.
A Lava Jato chegou a João Santana por meio de anotações encontradas
no aparelho celular de Marcelo Odebrecht, preso desde junho do ano
passado, na 14ª fase da Lava Jato. Na mensagem a um executivo da
empresa, Marcelo alerta: “Dizer do risco cta suíça chegar na campanha
dela”. A partir de então, foram instauradas investigações para rastrear
contas no exterior que teriam Santana como destinatário final do
dinheiro.
Outro fato que chamou a atenção dos investigadores foi um documento
manuscrito enviado por Mônica Moura, mulher e sócia do marqueteiro, ao
consultor Zwi Skornicki que apontou duas contas, uma nos Estados Unidos e
outra na Inglaterra. O consultor é representante da Keppel Fels,
estaleiro de Cingapura que prestou serviços à Petrobras e seria o
operador da propina paga pela empresa no país. A Keppel Fels firmou
contratos com a Petrobras entre 2003 e 2009 no valor de US$ 6 bilhões.
Em despacho na semana passada, o juiz Sérgio Mouro negou pedido dos
advogados de João Santana para ter acesso às investigações justificando
que o rastreamento financeiro demanda sigilo, sob risco de dissipação
dos registros ou dos ativos. “Como diz o ditado, o dinheiro tem ‘coração
de coelho e patas de lebre'”, escreveu o magistrado.
joaoandreneto.blogspot.com.br
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