O projeto
inicial era audacioso: um grande aeroporto de cargas, um hub para vôos
internacionais e, junto, uma zona industrial para exportação, uma ZPE.
Milhares de empregos e um novo e importante pólo de desenvolvimento para
o estado – composto por serviços e indústrias de ponta. Vias para
chegar, seriam duas, três opções. Pela área norte e pela área sul.
Pistas duplicadas, bem iluminadas, de trânsito rápido permitiriam que em
poucos minutos se chegasse ao aeroporto internacional de São Gonçalo do
Amarante.
Por muitos
anos, um sonho. Até que um dia… tornou-se realidade. Mas veio como uma
grande frustração. Executado pela metade, o projeto resultou apenas em
uma pista de pouso e um terminal de passageiros, como outro qualquer,
construído em uma área isolada, sem acessos adequados, com vários pontos
de estrangulamento de trânsito, sem indústrias, sem serviços e até sem
sinal de celular. Um transtorno geral para quem precisa viajar de avião
no estado e, ainda mais, para o turismo, um dos principais pilares do
nosso desenvolvimento – cujo fluxo já caiu 18% depois do início das
operações.
Causou revolta.
Não é possível isso ter acontecido… Disseram muitos. O aeroporto de
Parnamirim fica a 10, 15 minutos do centro de Natal. Acessos e
infra-estrutura de excelente qualidade. Era um dos fatores que mais
contribuíam para a nossa atividade turística: não havia qualquer
transtorno para chegar ou sair de Natal. Isso era um fato notório,
reconhecido, consolidado. Um diferencial sobre outros destinos que têm
problemas com localização do aeroporto.
“Uma
coisa seria ter o projeto completo executado: com o pólo industrial,
com infra-estrutura, com as diversas opções de acesso. Valeria a pena
percorrer uma distância maior pelo ganho dos empregos e do
desenvolvimento para a economia do estado – tudo bem. Mas do jeito que
está é inviável”, protesta Geraldo Dantas, comerciário.
Diante dessa
situação, começa a surgir um movimento pela volta do aeroporto de
Parnamirim – com significativa repercussão nas redes sociais e em outras
mídias.
Uma das
discussões é se fazer a troca: A base militar que usa o terminal de
Parnamirim iria para São Gonçalo, onde poderia ser melhor acomodada com o
amplo espaço no entorno, ideal para treinamentos militares. E o
aeroporto comercial voltaria a ser em Parnamirim e poderia ser
otimizado utilizando-se o terminal que já operava antes e mais a área de
uso militar que é conexa e seria liberada. A empresa que investiu no
terminal de São Gonçalo continuaria operando em Parnamirim. Simples. E
ficaria assim em definitivo – ou – até que a tal zona industrial e as
obras de acesso e infra-estrutura de São Gonçalo ficassem totalmente
prontas, coisa aí para uns 10 anos, no mínimo. Estudos de
formatação jurídica, técnica e econômica e, sobretudo, a transparência
de todo o processo, certamente, daria segurança e controle a essa
medida.
O que você acha disso? É a favor ou contra o retorno do aeroporto para Parnamirim?
Fonte: repercussao.com