As
desigualdades de riqueza podem afetar as vidas das crianças dos EUA
desde o primeiro momento em que elas entram em uma sala de aula, apontou
um estudo.
Pessoas com
empregos prestigiados e rentáveis produzem filhos que lidam melhor com
matemática, leitura e testes de memória, segundo uma análise divulgada
hoje pelo Instituto de Política Econômica, que é liberal e observou
avaliações de pais e professores de 18.000 crianças que começaram a
pré-escola em 2010.
Além dos testes
de aptidão diretos, as crianças pobres também ficaram atrás de seus
colegas de classe ricos em características como persistência para
terminar projetos, entusiasmo para aprender novos conceitos e
autocontrole.
Em relação à
maioria das habilidades, desde a facilidade com os cálculos e frases até
os níveis de atenção, as crianças se saíram melhor a cada degrau mais
alto na escala da riqueza.
Os estudantes
que estão no meio do espectro em relação ao status socioeconômico se
saíram pior que aqueles que estão no topo dele, mas melhor do que
aqueles que estão ligeiramente abaixo deles.
“[As
desigualdades] representam perspectivas de vida sombrias que anunciam
problemas sérios para a nossa sociedade como um todo se não são tratadas
como a crise moral e econômica que representam”, escreveu Emma García,
autora do relatório.
García utilizou
dados do Centro Nacional para Estatísticas da Educação, que está
patrocinando um estudo de longo prazo de uma amostra nacionalmente
representativa de crianças ao longo do ano em que cursam a quinta série.
No
início do ano escolar de 2010, os pesquisadores fizeram perguntas aos
estudantes que remetiam à sua familiaridade com letras, seu senso
numérico e sua capacidade de classificar objetos e lembrar longas
sequências de informação.
Eles também
pediram aos professores e aos pais que classificassem o desejo das
crianças em aprender, sua capacidade de concluir tarefas e seu foco.
Mesmo depois de
tomar em conta uma série de fatores que poderiam tornar as crianças
menos propensas ao sucesso – como, por exemplo, se elas leem com seus
pais ou se foram à pré-escola --, os mais pobres se saem pior.
Problemas psicológicos
A lista de áreas cognitivas nas quais as crianças ricas têm uma vantagem em relação às crianças pobres é longa.
Ela engloba
testes de matemática, leitura, memória, abordagem ao aprendizado,
vontade de aprender, autocontrole, perseverança, memória e atenção.
As crianças
pobres também são mais propensas a ter uma série de problemas
psicológicos, inclusive ansiedade, baixa autoestima e solidão, e estão
mais propensas a lidar com esses problemas entrando em brigas,
perturbando as atividades e agindo impulsivamente.
Crianças negras
e hispânicas se mostram significativamente atrasadas na comparação com
as crianças brancas: elas têm pontuação pior em matemática, leitura,
memória e em testes de classificação.
Após considerar
a variável do status socioeconômico, as diferenças diminuem. Isso
sugere que as crianças negras e hispânicas têm dificuldades desde o
início, mas não por causa da cor da pele ou da etnia.
O fenômeno
teria a ver com o fato de que quase metade das crianças negras e
hispânicas vive na pobreza, o que significa que sua renda familiar está
abaixo de 200 por cento da linha de pobreza do Departamento do Censo dos
EUA.
Cerca de 13 por
cento das crianças brancas e 17 por cento das crianças asiáticas são
pobres, segundo essa definição. Globalmente, um quarto das crianças que
participaram do estudo vivia na pobreza.
Quando uma
criança de cinco anos começa sua vida tão atrás das demais no tocante a
habilidades tão básicas e marcantes na vida, o país como um todo tem um
problema, disse o relatório.
“Ao não
solucionar esses problemas educacionais nós perdemos um enorme potencial
de capital humano”, escreveu García. “Estamos desiludindo muitos dos
nossos jovens”. (Bloomberg)
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