O Centro de
Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos Estados
Unidos emitiu alerta aos americanos para o risco de contrair dengue e
malária em viagens ao Brasil.
Em escala de 1 a
3, o País foi classificado como risco nível 1, de atenção. Isso quer
dizer que o viajante deve adotar precauções.
Libéria e Serra
Leoa, por exemplo, são nível 3, por causa do Ebola - e devem ser
evitados. O Ministério da Saúde considerou a medida "adequada".
"O Brasil de
fato está enfrentando epidemia de dengue em algumas regiões e cabe o
aviso aos viajantes", afirmou o diretor de Vigilância de Doenças
Transmissíveis, Cláudio Maierovitch. O alerta sobre dengue foi publicado
no site do CDC na segunda-feira.
O texto informa
que, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), houve o
registro de 224.101 casos e 52 mortes só neste ano. São Paulo, Goiás e
Acre são os Estados mais afetados.
O CDC ressalta que não há vacina nem remédio eficaz para prevenir a dengue e os viajantes devem usar repelentes.
O centro sugere
ainda que os turistas se vistam com calças e camisas de mangas
compridas. Se usarem filtro solar, o repelente deve ser aplicado em
seguida.
"A pessoa só se
torna imune à dengue se foi infectada pelos quatro sorotipos da doença.
E, se já teve infecção anterior, a chance de ter a forma grave da
dengue é maior. Nesse sentido, é indiferente que o turista nunca tenha
tido contato com a doença", explicou Maierovitch.
O
CDC também emitiu alertas a respeito de malária. Em 27 de março, o País
foi classificado como risco nível 1, por causa do registro de 23 casos
de transmissão da doença no Rio e 5 em Goiás.
A transmissão
local significa que mosquitos foram infectados pela malária e estão
espalhando a doença para a população, alerta o órgão.
O centro
recomenda que pessoas que estejam viajando para Goiás ou para a Região
Serrana e áreas de Mata Atlântica do Rio também se protejam.
De acordo com
Denise Valle, pesquisadora do Laboratório de Biologia Molecular de
Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), esse tipo de alerta é
"mais ou menos recorrente" e se justifica no caso da dengue.
"Estamos no meio de um surto e precauções devem ser tomadas", afirma.
As medidas mais
eficazes para o combate à dengue são as preventivas, como controle de
criadouros e saneamento básico, ressalta Denise. Já no caso da malária, a
especialista considera que houve "certo exagero" do órgão
internacional.
"É um pequeno
surto, muito localizado, no interior do Rio. De vez em quando acontecem
esses casos, mas 99% dos registros de malária são na Região Amazônica.
Isso ocorre porque os mosquitos encontrados na Região Sudeste, por
exemplo, são maus transmissores."
O
superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria
de Saúde do Estado do Rio, Alexandre Chieppe, diz que a própria
secretaria emitiu um alerta para malária em março, para chamar a atenção
de pessoas que visitaram áreas de Mata Atlântica em Nova Friburgo,
Petrópolis, Teresópolis e Miguel Pereira.
"Esse tipo de
alerta, se for direcionado e emitido de forma a não causar pânico, deve
ser feito de forma rotineira. No ano passado, fizemos o mesmo com quem
estava indo para a Europa, por causa dos casos de sarampo", afirmou
Chieppe (Jornal O Estado de S. Paulo)
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