Vinte anos
depois da sua morte, há muito que foram batidos os recordes em pista do
piloto de fórmula 1 brasileiro Ayrton Senna, mas o Mundo ainda recorda o
carisma de um jovem prodígio que se transformou em ícone.
A 1 de maio de
1994, faz 20 anos na quinta-feira, Ayton Senna da Silva morreu em
corrida, no circuito italiano de Imola, quando o seu Williams-Renault
embateu violentamente nos muros da curva Tamburello.
No culminar de
um fim de semana negro (o piloto austríaco Roland Ratzenberger tinha
morrido 25 horas antes num acidente nos testes livres), o Mundo
assistiu, em direto pela televisão, à saída de pista do
Williams-Renault, ao inevitável embate e, por fim, ao célebre capacete
amarelo e verde tombado para o lado, imóvel por longos segundos.
Numa fração de
segundo acabava-se o percurso de um piloto que disputou 161 grandes
prémios (entre 1984 e 1994), dos quais ganhou 41, fez 65 "pole
positions", 80 pódios e que liderou em quase 3.000 voltas.
Nenhuma destas
marcas é ainda recorde. Michael Schumacher, o homem que acabaria por
ganhar o fatídico Grande Prémio de São Marino 1994, em Imola, (causando
indignação por celebrar a vitória num pódio ensombrado pela morte de
Senna), pulverizou o recorde de vitórias (tem agora 91 triunfos), de
"pole positions" (tem 68) e também do número de voltas na liderança
(mais de 5.000).
Outros pilotos e
outros tempos na Fórmula 1 encarregaram-se de apagar outras marcas de
Senna, que mantém o recorde de 19 corridas lideradas de início ao fim
(todas as voltas na liderança) ou o recorde de cinco vitórias
consecutivas no mítico GP do Mónaco.
No 20.º
aniversário da morte de Senna, enquanto o também ícone Schumacher luta
pela vida, mergulhado num coma após um acidente de esqui, a modalidade
recorda o enorme talento do piloto brasileiro, especialista em rodar com
chuva (tal como Schumacher), a sua determinação absoluta e a vontade de
vencer, que lhe deu três títulos (1988, 1990 e 1991).
À sombra da
morte, mas sobretudo do que foi em vida, apaga-se da memória o Ayrton
Senna que também perdia a cabeça com adversários nas curvas, que
discutia aos gritos na "pit-lane", que lançava insultos, que travava
lutas acirradas com o francês Alain Prost.
Mais do que
tudo, o adeptos recordam o homem e o seu carisma. Ano após ano
multiplicam-se os livros, álbuns fotográficos, ensaios e documentários
sobre Senna, imortalizando a sua imagem.
Em 2011, o
realizador britânico Asif Kapadia lançou o documentário "Senna, sem
medo, sem limites, sem igual", um documento que mostra às novas gerações
não só o percurso do piloto brasileiro, mas também dá um vislumbre do
que era a Fórmula 1 quando ao volante ainda corriam heróis.
Na
quinta-feira, no velhinho circuito de Imola, onde desde 2006 não correm
carros de F1, será desvelado um busto de Ayrton. A cerimónia marca o
arranque de quatro dias dedicados a assinalar, no local da sua morte, o
desaparecimento de um dos ícones do desporto mundial.
Diário Digital com Lusa
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