O
Supremo Tribunal Federal(STF) derrubou nesta quinta-feira a validade de uma
lei do Ceará que regulamentou a vaquejada.
A
decisão abre caminho para que a prática seja banida em todo o país, se forem
julgadas ações de amplitude nacional. Por seis votos a cinco, os ministros da
mais alta corte do país declararam que a vaquejada não é um apenas um esporte
ou atividade cultural, mas uma forma de tratamento cruel aos animais.
“Na
verdade, são manifestações extremamente agressivas contra os animais”, disse a
presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, completando:
“Sempre
haverá os que defendem que é uma atividade que vem de longo tempo e se encravou
na cultura do nosso povo, mas também culturas se mudam e muitas foram levadas
nessa condição, até que houvesse outro modo de ver a vida, e não somente a do
ser humano”.
O
assunto começou a ser julgado na mais alta corte do país em agosto do ano
passado, em uma ação direta de inconstitucionalidade proposta pela Procuradoria
Geral da República contra a lei do Ceará.
O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, lembrou que a Constituição
Federal veda o tratamento cruel aos animais. No ano passado, o julgamento foi
interrompido por um pedido de vista. A discussão foi retomada em junho, mas
novamente interrompida. Hoje o debate foi concluído no plenário.
Além
de Cármen Lúcia, formaram a maioria na votação os ministros Ricardo
Lewandowski, Rosa Weber, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Luís Roberto
Barroso. Do outro lado, defenderam a prática como importante parte da cultura
brasileira e também fonte de renda para os peões os ministros Edson Fachin,
Gilmar Mendes, Teori Zavascki, Luis Fux e Dias Toffoli.
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