Dois suspeitos de
participação do estupro coletivo de uma adolescente de 16 anos no Morro
do Barão, na Praça Seca, na Zona Oeste do Rio, foram presos no início da
tarde desta segunda-feira. Lucas Perdomo Duarte, jogador de futebol que
‘ficava’ com a vítima, foi detido dentro dentro de um restaurante no
Centro do Rio. Já Raí de Souza, de 22 anos, se entregou na Delegacia da
Criança e Adolescente Vítima (Dcav), no Centro. Ele declarou que viu a
menina na comunidade dois dias após o episódio. Nesta segunda-feira, a
Polícia Civil informou que não há dúvidas de que a jovem de 16 anos
sofreu estupro, que a investigação agora é para saber quantas pessoas
realmente cometeram o crime.
Em entrevista ao GLOBO, Raí de Souza negou as acusações feitas pela menor de idade.
—
Por volta das 7h , eu, o Lucas, a J. (uma outra menina) e ela fomos
para o abatedouro. Ela estava tão inconsciente que pediu que pegasse
camisinha. Eu saí para buscar, voltei, tivemos relações e ela ficou lá.
Não quis ir embora.
Raí contou que resolveu voltar para o local porque ficou preocupado com a jovem.
—
Quando voltei só estava lá o Jefinho (Jefferson). Ele ficou filmando.
Eu não falei nada, apenas ri. Tanto é que não tem minha voz no vídeo.
Depois, falei de novo com ela, mas ela disse que ia ficar lá e eu fui
embora.
Segundo Raí, ele voltou a se encontrar com a adolescente na favela após o episódio:
—
Dois dias após a imagem, ela voltou na comunidade. Eu perguntei se ela
tinha visto o vídeo, ela disse que sim, mas que estava tranquilo, que
ela só estava chorando pelo celular que a mãe dela ainda estava pagando.
O que me deixou mais revoltado é que ela depois que voltou, ainda ficou
de safadeza lá. E ela alegar que foi estuprada e volta para favela por
causa do celular? Depois de estuprada por 33? Volta ao local e continua
fazendo várias sacanagens como se não tivesse acontecido nada. E depois
veio com essa história.
Raí disse que foram ativistas que transformaram a história num caso de estupro coletivo, crime que, segundo ele, não ocorreu.
— Nem cabem 33 naquela casa — conta.
O jovem disse ainda que pediu autorização a Jefferson para declinar sua participação no crime:
—
Ele não vai se apresentar porque já é procurado. Se ele não tivesse me
autorizado, não iria falar nada. Moro na comunidade e ele é traficante.
Aliás, envolveram o dono do morro nisto. E ele não tem nada com isso —
concluiu o rapaz.
A irmã de Raí de Souza disse, na Cidade da Polícia,
que o jovem acusado de participar de um estupro coletivo não é
estuprador. Com a prisão do rapaz, Surian de Souza disse que a família
está muito abalada. Ainda de acordo com ela, a vítima estava drogada.
–
Ela (a vítima) estava no baile se drogando e quis isso. Não é a
primeira vez. Meu irmão não é um estuprador. Há áudios que confirmam que
ela queria ter relações, mas a parte do vídeo que fala de ’30’ é em
referencia a uma música – disse a irmã de Raí, Surian de Souza.
O Globo
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