Conforme o jornal O Globo, Dilma se propõe a renunciar desde que seu vice, Michel Temer (PMDB), faça o mesmo
A presidente Dilma Rousseff pretende encaminhar ao Congresso, nos
próximos dias, uma proposta de emenda à Constituição que estabelece nova
eleição presidencial em 2 de outubro, segundo o jornal O Globo. A
reportagem afirma que, embora enfrente resistência de alguns ministros e
dos movimentos sociais que têm dado suporte à petista, a medida é vista
como uma “cartada final” pelo grupo de Dilma.
Na semana passada, um grupo de senadores entregou ao ministro Jaques
Wagner uma carta em que pede a Dilma “grandeza” para renunciar ao cargo e
antecipar a eleição presidencial com o objetivo de abreviar a crise
política. Uma proposta com esse sentido foi apresentada no Senado logo
após a Câmara dar andamento ao processo de impeachment.
Conforme o jornal carioca, Dilma se propõe a renunciar desde que seu
vice, Michel Temer (PMDB), faça o mesmo. O peemedebista, no entanto, já
descartou essa possibilidade assim que essa tese começou a circular.
“Seria fugir da responsabilidade. Essa, sim, é uma proposta golpista”,
disse o vice ao Globo semana passada.
Um dos apoiadores da antecipação das eleições, o senador Paulo Paim
(PT-RS) admite que atualmente não há votos suficientes para aprovar a
proposta no Congresso, mas defende que a discussão seja levada aos
parlamentares e à sociedade, para atender a uma vontade expressa pelos
brasileiros em pesquisas de opinião.
Ainda de acordo com o Globo, preocupada com o destino dos ministros mais
próximos, que já estudam migrar para cargos nas administrações
estaduais, a presidente programa um “colchão”. O governo prepara um
documento legal para garantir salário e imunidade ao primeiro escalão
durante o período que durar o processo no Senado, que pode se estender
por até 180 dias.
“A ideia é que eles tenham quarentena de seis meses. A lei vigente hoje,
de maio de 2013, já estende aos ministros a quarentena, antes restrita a
diretores de autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de
economia mista. O texto não deixa claro, no entanto, se deve haver
pagamento de salário nesse período”, diz a reportagem de Jorge Bastos
Moreno, Maiá Menezes e Cristiane Jungblut e colaboração de Jailton de
Carvalho.
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