Nesta segunda-feira (18), ao
receber do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a
autorização para abertura do processo de impeachment contra a presidente da
República, Dilma Rousseff, o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL),
disse que vai agir com isenção, sem procrastinar ou agilizar a decisão na Casa.
“Não poderemos agilizar o
processo de tal forma que pareça atropelo, ou delongar de tal forma que pareça
procrastinação. De modo que, com essa isenção e com essa neutralidade, nós
garantiremos o processo legal, o prazo de defesa, o contraditório, e levaremos
sempre em consideração a Constituição Federal, o Regimento do Senado Federal e
a Lei 10037”, garantiu Renan.
No último domingo, por 367
votos a favor, 137 contrários, sete abstenções e duas ausências, os deputados
aprovaram a condução do processo de impeachment da presidente ao Senado. A
documentação enviada pela Câmara tem 12044 páginas organizadas em 33 volumes.
“Não me compete fazer
avaliação do resultado da Câmara, o que me compete, como presidente do Senado
Federal, é admitir ou inadmitir, e essa decisão não é minha, essa decisão é do
Senado, é do colegiado”, afirmou Renan.
O presidente do Senado
informou que a autorização da Câmara será lida na ordem do dia do Plenário
desta terça-feira. Antes, às 11 horas, os líderes vão se reunir para montar um
calendário e determinar a proporcionalidade partidária da comissão especial de 21
membros que irá decidir pela admissibilidade do processo.
O colegiado terá até dez
dias úteis para emitir um parecer que será encaminhado para deliberação no
plenário, onde a aprovação dependerá de maioria simples (metade dos senadores
mais um, presente a maioria absoluta na sessão).
Se a admissibilidade for
aprovada no plenário, será considerado instaurado o processo, a presidente,
notificada e afastada por até 180 dias, prazo do julgamento no Senado. No
último estágio do impeachment no Senado, a sessão será presidente pelo
presidente do Supremo Tribunal Federal e a aprovação do processo se dará por
dois terços dos senadores, 54 parlamentares.
Segundo Renan, a comissão
especial voltará a se reunir como processante, para investigar e, ao final,
julgar o impeachment da presidente. Questionado sobre as indicações dos
senadores Antonio Anastasia (PSDB-MG) e Ana Amélia (PP-RS), Renan explicou que
o senador mais idoso irá convocar a comissão e seus integrantes elegerão o
presidente e o relator.
“Nós ainda não cogitamos
nomes e essa tarefa não é do presidente, essa tarefa é dos líderes partidários
que poderão conversar entre si de modo a criar condições políticas para eleger
o presidente e o relator”, esclareceu Renan.
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