Centenas
de pessoas protestaram hoje (29) em várias cidades do Brasil, para
exigir que as autoridades liberem a distribuição de uma polêmica pílula
experimental contra o câncer, cuja eficácia ainda não foi comprovada.
O
medicamento em questão contém fosfoetanolamina sintética, uma
substância desenvolvida pelo professor de química Gilberto Chierice,
aposentado pela Universidade de São Paulo (USP). Há duas semanas, o
governo do país anunciou que irá submetê-la a testes de laboratório
antes de permitir o seu uso.
Dezenas
de pacientes conseguiram na Justiça a autorização para receber a pílula
e, na semana passada, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin,
anunciou que solicitaria ao governo federal permissão para distribuir a
capsula a mil pacientes, que seriam acompanhados pelos hospitais
públicos da região.
“Não
temos tempo. Precisamos desta autorização o mais rápido possível. Não
podemos esperar. Queremos agora”, disse um dos líderes da manifestação
em São Paulo, identificado como José Luis.
Muitos
participantes da marcha, realizada na Avenida Paulista, eram os
próprios pacientes, que exigiam que governo estadual fornecesse a pílula
a todas as 8 mil pessoas que fizeram solicitação.
“Temos
que dizer aos governantes que queremos a liberação para as 8 mil e não
que sejam selecionadas apenas mil pessoas com câncer”, afirmou Nathy
Estavam, que tem câncer de pulmão.
Além
de São Paulo, ocorreram passeatas similares neste domingo nas cidades
de São Carlos, Rio de Janeiro, Manaus, Goiânia e em Brasília.
A
fosfoetanolamina sintética foi desenvolvida há mais de dez anos e era
doada pelo próprio professor. Há alguns meses, as autoridades vetaram o
seu uso por falta de estudos clínicos.
Há duas semanas, o Ministério da Saúde anunciou que realizará testes de laboratório durante sete meses, primeiro “in vitro” e em depois em cobaias, antes de autorizar o experimento em humanos.
Até
lá, a recomendação do órgão é suspender o uso do remédio experimental,
apesar da permissão judicial, e continuar com os tratamentos
tradicionais contra a doença.(EFE)
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