A Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) prendeu na manhã
desta sexta-feira André Luís dos Santos Vieira, conhecido como André
Chupeta, que é apontado como autor do homicídio do produtor cultural
Adriano da Silva Pereira, de 33 anos. O suspeito foi preso em Viçosa, em
Alagoas. A transferência dele para o Rio de Janeiro ainda está sendo
acertada pela Polícia Civil. André tinha um mandado de prisão em aberto.
A família do produtor cultural recebeu a notícia nesta manhã e
acredita que a justiça será feita. O irmão de Adriano, Mazé Mixo, espera
agora o depoimento do suspeito na delegacia para confirmar a versão de
que o motivo do assassinato foi homofobia.
- Falei com a mãe dele (Adriano) e ela ficou "aliviada" com a
notícia. Vamos esperar que a justiça seja feita. Também esperamos saber o
que ele vai dizer para a polícia, se vai confessar o crime, dizer qual
foi o motivo. Falta isso para fechar o ciclo dessa investigação -
afirmou Mazé.
A prisão em Alagoas teve o apoio do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil do estado.
Disque-Denúncia
Os policiais chegaram ao suspeito depois de uma denúncia anônima de
um morador de Viçosa sobre o fato. A partir disso, os agentes foram até o
local e localizaram André Chupeta. De acordo com o delegado titular da
DHBF, Fábio Cardoso, as investigações continuam. Cardoso não descarta a
participação de outras pessoas no crime.
- A
denúncia indicava inclusive o local onde o suspeito estava escondido.
Embarcamos ontem (quinta-feira) e fizemos a prisão. Assim que o suspeito
chegar no Rio, ele será ouvido. A prisão do André oferece uma resposta
para a sociedade - comentou o delegado.
Adriano foi assassinado em julho deste ano em Cabuçu, em Nova Iguaçu,
na Baixada Fluminense. De acordo com investigações da DHBF, o
assassinato foi motivado por homofobia. O delegado Fábio Cardoso,
titular da especializada, contou que André dirigia o carro do pai, um
Fiesta preto, com outros dois amigos na noite de 5 de julho, quando
encontrou Adriano na porta de um forró, no Centro de Nova Iguaçu. Logo
depois, Adriano e André combinaram de ir para uma festa em Cabuçu e a
vítima entrou no carro. Quando chegaram no bairro, André desembarcou com
a vítima. Em depoimento prestado pelos dois amigos que estavam no
carro, eles estavam flertando.
Após desembarcarem do veículo, André deu uma joelhada no queixo do
produtor cultural e desferiu socos. Antes de desmaiar, Adriano teria
perguntado “o que eu fiz para você?”. As testemunhas contaram que,
durante a ação, o agressor repetia que odiava homossexuais.
Adriano, que também era ator, foi encontrado morto a facadas dentro
de um rio em Nova Iguaçu. Familiares da vítima acreditavam em crime de
homofobia. Ele era bastante conhecido na região por causa de suas
presenças nos eventos culturais. Adriano era um dos fundadores do Brechó
Dona Pavão e adepto do candomblé.
O jovem frequentemente saia de casa ora vestido de mulher, ora de
homem. Esse perfil incomum, chamava atenção de populares na rua. Por
vezes, Adriano sofria agressões verbais na rua e também mensagens de
apoio, segundo afirmaram familiares.
Leia mais: http://extra.globo.com/casos-de-policia/suspeito-de-matar-produtor-cultural-por-homofobia-preso-no-nordeste-17459983.html#ixzz3lS9cqjxc
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