Se
ainda estivesse vivo, o cantor e compositor Raul Seixas (1945-1989)
estaria completando neste 28 de junho 70 anos de idade e entrando assim
numa etapa da vida em que já encontram – ou estão em vias de ingressar –
vários contemporâneos seus, igualmente ídolos da música popular
brasileira.
Como nos versos de um de
seus primeiros sucessos, poderia continuar sendo “uma metamorfose
ambulante”, sem ter “aquela velha opinião formada sobre tudo”. Ou então,
contradizendo o que pregava para si mesmo na letra de outra canção,
Ouro de Tolo, estar sentado “no trono de um apartamento, com a boca
escancarada cheia de dentes, esperando a morte chegar”.
Morto prematuramente há
quase 26 anos, Raul Seixas é um mito que permanece vivo e que a cada dia
conquista novos fãs. É um ícone do rock brasileiro, que sucessivas
gerações cultuam de forma espontânea, sem nenhuma estratégia de
marketing neste sentido, como é comum nas últimas décadas com diversos
ídolos do cenário pop mundial.
“Eu não tenho medo de
morrer. Tenho medo de que me esqueçam”, disse Raul em uma das inúmeras
fitas que deixou em seu famoso baú. Como acontece com muitos artistas,
Raul Seixas tinha medo de ser esquecido e preocupado com a posteridade
cultivava o curioso hábito de se autoentrevistar, gravando essas
entrevistas em fitas de rolo ou cassete.
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