Mostra no Rio exibe 27 filmes que abordam homossexualidade de forma política e ousada
Arquivo/Agência Brasil
Na virada dos anos 1980 para a década
de 1990, um conjunto de produções cinematográficas, feitas em diversos países,
abordou a homossexualidade de forma política e ousada, em contraponto à visão
bem-comportada dos filmes de Hollywood e da televisão. Era época em que o mundo
assistia ao impacto do avanço da aids, em um contexto em que os governos ainda
não sabiam como lidar com a doença.
Definidos pela expressão “new queer cinema”, usada pela primeira vez pela
revista britânicaSight and Sound, esses filmes traziam um novo enfoque sobre
a sexualidade, valorizando tramas sobre personagens gays, lésbicas, bissexuais e
transgêneros (LGBT). Destaque em festivais como os de Toronto, no Canadá,
Sundance, nos Estados Unidos, e Amsterdam, na Holanda, grande parte dessa
produção, no entanto, nunca foi exibida em sessões públicas no Brasil.
A partir de hoje (9) até o próximo dia 21, a mostra New Queer Cinema, na Caixa Cultural do Rio de
Janeiro, se propõe a suprir essa lacuna. São 27
filmes, sendo 14 longas-metragens, quatro médias e nove curtas, produzidos nos
Estados Unidos, no Canadá, Reino Unido e também no Brasil, que integram a
mostra com um total de seis títulos. Exibida anteriormente em São Paulo, a
exposição seguirá, depois do Rio, para Fortaleza, Curitiba e Salvador.
“ Queer foi uma palavra escolhida por
teóricos e militantes por representar uma reapropriação da comunidade LGBT de
um termo pejorativo que significava estranho, esquisito e era um equivalente ao
veado, maricas e bicha brasileiro”, explicam os
curadores Denilson Lopes e Mateus Nagime no texto de apresentação da mostra.
Segundo eles, a nova utilização do termo e o orgulho da condição queer são
fundamentais para entender o tipo de cinema exibido na mostra e o contexto em
que foi realizado.
A mostra também celebra produções brasileiras realizadas
recentemente, mas identificadas com os filmes queer dos anos 1980 e 1990. É o
caso de O Animal Sonhado (2015), de Breno Baptista, que abre
nesta terça-feira, às 19h30, a programação.
Duas mesas de debates com a participação de pesquisadores e
cineastas também integram a mostra. A programação completa está disponível em www.facebook.com/CaixaCulturalRioDeJaneiro.
Os ingressos custam R$ 2, a inteira. A Caixa Cultural fica
na Avenida Almirante Barroso, 25, no centro da cidade.
Fonte: Agência Brasil
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