O governo da presidente Dilma Rousseff amanheceu
ontem sem dispor de uma resposta satisfatória para a indagação que
corria de boca em boca entre ministros de Estado e líderes do PT desde o
início da semana passada.
A saber: O que seria pior? Eduardo Cunha (PMDB-RJ) se
eleger presidente da Câmara dos Deputados para um mandato de dois anos?
Ou ser derrotado e permanecer como líder do seu partido na Câmara?
O presidente da Câmara é o segundo na linha de sucessão do presidente da
República. Em caso de ausência simultânea do presidente e do vice, é
ele quem assume.
No comando de 513 deputados e de um orçamento de R$ 5,1 bilhão, cabe a
ele definir que projetos serão votados, e quando serão votados.
Instalação de CPIs depende dele, que pode arquivar ou dar seguimento a pedidos de cassação de mandatos por quebra de decoro.
Agora, o que mais apavorava o governo: é atribuição do presidente da Câmara receber ou ignorar pedidos de impeachment do presidente da República.
Agora, o que mais apavorava o governo: é atribuição do presidente da Câmara receber ou ignorar pedidos de impeachment do presidente da República.
Dilma detesta Eduardo. Sempre o tratou mal. Considera Eduardo um dos deputados mais fisiológicos da Câmara.
Não o perdoa por ter contribuído para derrotas do governo em votações
importantes. E não quis pagar preço algum para tentar convertê-lo em
aliado.
Se tivesse ouvido Lula, ela teria procedido de outra forma. Ou teria
feito um acordo com Eduardo ou se mantido distante da eleição na Câmara.
Mas, não. Dilma mobilizou a máquina do governo para derrotar Eduardo. E
acabou conferindo-lhe o rótulo de candidato da oposição – embora a
oposição propriamente dita apoiasse a candidatura a presidente do
deputado Júlio Delgado (PSB-MG).
Dilma imaginou eleger um candidato do PT – e perdeu.
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