Os
reajustes na conta de luz em 2015 serão tão altos quanto os verificados
neste ano. A tarifa de energia terá um custo extra em razão de despesas
que deixaram de ser pagas às distribuidoras neste ano devido ao
represamento nos repasses do Tesouro. Além disso, o consumidor vai
começar a pagar o custo dos empréstimos bancários firmados com o setor
elétrico, o aumento da tarifa de Itaipu e o custo com a compra de
energia no mercado à vista em novembro e dezembro.
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Conta de R$ 18 bilhões será paga no próximo ano pelos clientes de concessionárias de energia
Juntas,
essas despesas somam R$ 18 bilhões, o que, nas contas do setor,
representa um reajuste de 18% nas tarifas. O diretor-geral da Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, admitiu que a
situação pode ensejar pedidos de reajuste tarifário extraordinário por
parte das companhias. Pelas regras vigentes, as empresas somente são
ressarcidas pela maioria desses custos na data do reajuste tarifário
anual, que varia entre fevereiro e dezembro. Por essa razão, algumas
concessionárias podem ter que arcar com gastos muito altos em janeiro e
somente receber o ressarcimento no fim do ano.
“Pode
ser que, dependendo do tamanho do impacto, as empresas não consigam
administrar esse descasamento entre o custo e a receita”, afirmou
Rufino. De acordo com o diretor-geral, a situação de cada distribuidora
será analisada “caso a caso”. Rufino confirmou que os pagamentos que não
foram feitos às distribuidoras devem ser repassados às tarifas no ano
que vem, uma vez que não há indicativos de que o Tesouro Nacional vai
cobrir esse gasto. “Vai entrar (na tarifa)”, afirmou. Segundo ele, o
valor ainda não foi fixado, mas é da ordem de R$ 3 bilhões, o que
significa uma alta de 3%. “À medida que não foram honrados todos os
compromissos, isso entra como restos a pagar. A conta já nasce
deficitária e, aí, claro que entra na composição do valor a ser
considerado em 2015”, disse.
O
forte aumento nas tarifas cobradas por Itaipu, de 46,14%, terá efeito a
partir de 1º de janeiro. De acordo com uma fonte do setor elétrico,
esse aumento terá um impacto de 4% nas tarifas dos consumidores das
distribuidoras que atendem as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Outro
impacto na tarifa já confirmado pela Aneel é o dos financiamentos
bancários que ajudaram as distribuidoras a pagar despesas com a compra
de energia no mercado de curto prazo, de R$ 17,8 bilhões. O aumento será
de 8%, impacto que permanecerá na tarifa por dois anos.
As
distribuidoras estimam ainda que terão um gasto de R$ 3 bilhões com a
compra de energia em novembro e dezembro, que não pode ser coberta
porque os recursos do financiamento bancário acabaram antes do previsto.
A conta deverá ser paga pelas distribuidoras em janeiro e fevereiro,
respectivamente. Isso representa um outro aumento de 3% na tarifa.
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