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sexta-feira, 16 de maio de 2014

Frota sucateada deixa BOPE distante de qualquer ocorrência de alto risco no RN. Batalhão está literalmente com a ‘faca na caveira’: Sem viaturas e tropa preterida nas ocorrências

Bope
Diego Hervani
diegohervani@gmail.com

O “temido” Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), conhecido pelas atuações cinematográficas em situações de alto risco, amplamente divulgadas no filme Tropa de Elite (2007), tem sido “deixado de lado” no Rio Grande do Norte.

“Sinceramente não sei o que está havendo. O Bope não está sendo chamado para ações que são de responsabilidade nossa. Observando o histórico de ocorrências do Batalhão, sempre logramos êxito. Desconheço o motivo dessa situação atual. Na semana passada, por exemplo, houve um sequestro em Parnamirim, onde uma vítima foi feita refém. No entanto, não fomos acionado. No Decreto de Criação do Bope, consta que sequestro é de responsabilidade das Operações Especiais. Então, precisamos saber o que está acontecendo”, lamentou um oficial da unidade, que preferiu não ser identificado.

A ocorrência que ele se refere aconteceu no último dia 8 (quinta-feira). Na ocasião, o acusado, que disse ser menor de idade, assaltava uma mulher com uma faca, quando foi surpreendido por uma guarnição da Polícia Militar, que passava pelo local. O criminoso, então, fugiu e entrou em uma loja de eletrodomésticos localizada na rua Getúlio Vargas, no bairro de Santos Reis, em Parnamirim. Lá, ele fez uma mulher refém por mais de duas horas, mantendo sempre a faca apontada para o pescoço da vítima.

De acordo com o coronel Francisco Araújo Silva, comandante geral da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, o Bope não foi chamado, pois a situação ‘já estava controlada’. Ele também negou que o Batalhão esteja sendo preterido nas operações de grande complexidade. “O Bope só entra em ação quando se esgota todos os esforços da polícia da área. Nessa ocorrência em Parnamirim, por exemplo, os oficiais do 3º BPM, que são bastante capacitados, conseguiram contornar a situação. Tanto que, no final, ninguém saiu ferido. Quando acontecer um sequestro mais grave, no qual o refém esteja correndo grave risco, ou algum incidente com um artefato explosivo, o Bope será chamado”, garantiu Araújo Silva.

Outra denúncia de preterição ao Bope, foi feita através do presidente da Associação de Cabos e Soldados da PM do RN (ACSP-RN), Roberto Campos. Ele afirma que, atualmente, o batalhão conta com apenas duas viaturas, já que o restante está ‘encostada’ por falta de manutenção. “Hoje, apenas duas viaturas estão funcionando no Bope, onde uma delas é de uso exclusivo do comandante. Todas as outras estão inativas, aguardando conserto. O problema é que ocorrer alguma grande operação onde o Bope se faça necessário, não tem como levar o efetivo necessário. Trata-se de uma situação lamentável e deplorável, já que o Bope é uma tropa que precisa estar pronta a todo o momento para atender situações mais graves”.

Diante disso, o comandante geral admitiu o problema, mas afirmou que já está tomando as providências. “Temos viaturas quebradas não só no Bope, mas em todos os outros batalhões. Porém, recentemente, fizemos a aquisição de 150 viaturas e mais 60 motocicletas. Quando esse equipamento chegar, o Bope e os outros batalhões serão contemplados. Também entregamos diversos rádios de comunicação para as tropas, inclusive rádios equipados com GPS”, lembrou Araújo, que não soube precisar quando as viaturas e motocicletas serão entregues.

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