O mar azul da praia de Ponta
Negra tem apresentado manchas amareladas e marrons em suas águas. Quem visita
essa orla não deixa de notar uma larga mancha escura em meio as ondas do mar.
A mancha denuncia a reprodução
em larga escala de microalgas, potencializada pela oferta de matéria orgânica
procedente de esgoto. Esse excesso de
matéria orgânica produz no mar nitrogênio e fósforo, que são alimento para as
microalgas.
“Pela amostragem que temos, se
apresenta um número de fitoplânctos maior do que o comum”, explica Guilherme
Fugêncio, professor do departamento de oceanografia da UFRN. “Precisaríamos de
uma amostragem mais concentrada e possivelmente uma visita ao local. Mas por
esta análise e pelas condições locais, encontramos razão neste fenômeno”.
Ele acrescenta ainda que é uma
ocorrência natural para esses tipos de microalgas, mas está em excesso. “Essas
altas florações aparecem como uma resposta do ambiente como resultado da
poluição”, afirmou.
Foram encontrados na análise
dinoflagelados, cianobactérias e diatonáceas, que são tipos de
fitoplânctos. Os fitoplanctos, como
também podem ser chamadas as microalgas, são micro-organismos que vivem naturalmente “flutuando” na
água.
Em dezembro do ano passado,
fenômeno semelhante ocorreu no Rio de Janeiro, na orla de Copacabana. O
Instituto Estadual do Ambiente (Inea) esclareceu que o fenômeno era decorrente
do resultado da floração de algas da espécie tetraselmis sp., um processo que
não libera toxinas e, por isso, não oferece riscos aos banhistas e devia ter
relação com o forte calor e com a disponibilidade de nutrientes na costa do
estado.
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