O grupo Ale, quarta maior distribuidora de combustíveis do
País, foi colocado, novamente, à venda, apurou o Estado. A companhia, que
é resultado da união da mineira Ale Combustíveis com a Satélite Distribuidora
de Petróleo, do Rio Grande do Norte, é avaliada em R$ 2 bilhões no mercado,
segundo fontes. O banco Safra é o assessor financeiro da distribuidora.
O fundo Darby, que está há 12 anos no negócio, já tentou
vender apenas sua participação, sem sucesso. “Quando um fundo de private equity
não consegue sair de um negócio em que está há muito tempo, algo está muito
errado”, disse uma fonte do mercado financeiro.
Nessa nova rodada de negociações, apurou o Estado, a
distribuidora de combustíveis começou a ser oferecida novamente pelo banco
Safra. Na atual proposta, Marcelo Alecrim estaria mais disposto a deixar
totalmente a companhia.
O Safra já ofereceu o grupo Ale para os fundos Advent e
Warburg Pincus, segundo fontes. “Ninguém quer entrar em uma empresa que tem
briga entre os sócios. Acreditamos que um investidor estrangeiro deva levar o
negócio, que é considerado atraente”, disse uma fonte.
“Há pelo menos cinco anos se fala da venda do Ale. Eles
tentaram abrir capital, mas enquanto não resolverem o problema dos sócios, é
complicado fechar negócio”, disse um executivo de uma concorrente no setor.
A distribuidora já foi alvo do grupo Ultra, dono da Ipiranga,
segunda maior do setor, com 19,1%, segundo dados de 2014. A Raízen, parceria
entre Shell e Cosan, terceira maior, com 18,7%, também já olhou o ativo.
O grupo Ale tinha, em 2014, 3,7% do mercado nacional. Apesar
de pequena, a empresa ajudaria a vice-líder a ficar mais perto da primeira
colocada – a BR Distribuidora, da Petrobrás. Também poderia fazer a Raízen
superar o Ultra e assumir o segundo lugar.
Plano de expansão. Com cerca de 2 mil postos em 22
Estados, o grupo Ale faturou R$ 11,4 bilhões em 2015. Por meio de sua
assessoria, o grupo Ale não confirma que está à venda e diz que segue com seu
plano de expansão, com aporte de R$ 118 milhões.
Procurado, Marcelo Alecrim disse não ter posto sua parte à
venda, mas não descartou o negócio. Safra, Darby, Advent, Raízen e Ultra não
comentam o assunto. O Warburg Pincus não retornou o pedido de entrevista.
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