BEM DETERIORADA
- Foto: Wellington Rocha
Alessandra Bernardo
alessabsl@gmail.com
Com várias
partes de concreto desgastadas, ferragens expostas e corroídas pela ação
do tempo e diversos buracos abertos no asfalto, a Ponte de Igapó deve
passar por manutenção até o final do ano. Principal elo entre as zonas
Norte e Oeste de Natal, a estrutura possui mais de 600 metros de
extensão e recebe um fluxo de aproximadamente 40 mil veículos ao dia.
Quem usa a ponte diariamente, seja a pé ou em veículo, revela apreensão
com seu estado de conservação.
“Tenho medo
sim, mas preciso passar pela ponte todos os dias para ir trabalhar em
Lagoa Nova, então, procuro não pensar muito no assunto e sempre rezo
antes de sair de casa, para tudo. Sempre vejo alguns trechos com
ferragens expostas e sei que ela necessita de reforma para reparar esses
danos, mas parece que não tem manutenção. Se acontecer alguma coisa
aqui, será uma tragédia grande”, disse o funcionário público Fernando
Xavier.
O pescador
João Tertuliano também passa frequentemente pela ponte e também
reconhece a necessidade de manutenção na estrutura, mas não acredita que
isso ofereça algum tipo de risco às milhares de pessoas que atravessam o
Rio Potengi. Ele disse que já viu pessoas torcerem o pé em buracos
existentes na passagem de pedestre da ponte e que já chegou a se
machucar uma vez.
“Tem várias
partes se destacando na mureta de proteção, com ferro exposto e tudo. E
lá embaixo, a situação é pior ainda, só quem anda de barco por aqui sabe
como estão as paredes e ferragens, mas já ouvi dizer que vão consertar
os problemas, então, não acredito que ela possa cair não. Eu mesmo não
tenho medo de ficar aqui em cima ou lá embaixo, mas conheço gente que
não se arrisca”, afirmou.
Construída
em duas etapas – a primeira em 1970 e a segunda, em 1988, quando foi
erguida também a linha férrea, a Ponte de Igapó foi por muitos anos a
única ligação entre a zona Norte e o restante da cidade de Natal, até a
inauguração da Ponte Newton Navarro em novembro de 2007, no bairro da
Redinha. Segundo o superintendente do Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes (Dnit), Walter Fernandes, ela deve passar
por manutenção até o final deste ano.
Ele disse
ainda que, apesar do desgaste apresentado pela estrutura da ponte, ela
não oferece nenhum risco aos motoristas e pedestres que atravessam o
Potengi por ela, diariamente e que não há motivo para preocupação. “Não
há risco e ela é monitorada constantemente por nossas equipes, o que nos
deixa tranquilos com relação a isso”, respondeu.
- Ponte
foi construída em duas etapas: 1970 e 1988, quando foi erguida a linha
férrea. DNIT diz que desgaste não oferece riscos. Foto: Wellington Rocha
Licitação deve acontecer até fim de julho
Walter
Fernandes explicou que o órgão está terminando de fazer as adequações no
projeto de manutenção da estrutura e que até o final deste mês, será
aberta licitação pública para escolher a empresa que ficará responsável
pelos serviços. O processo, que deveria ter sido concluído no início
deste ano, foi prejudicado porque nenhuma empresa apresentou proposta às
duas licitações anteriores.
“A primeira
licitação foi deserta e a segunda, frustrada, o que nos obrigou a mudar a
metodologia sugerida para o serviço, que é complexo, já que ele terá
que ser feito sem que haja interdição de nenhuma das faixas existentes
na ponte. Estamos concluindo as adequações na proposta e a nossa
expectativa é lançar o edital ainda este mês, para darmos início à
manutenção da Ponte de Igapó”, afirmou Walter.